16/03/2020

A crise mundial que a saúde enfrenta é séria. Não podemos ser irresponsáveis perante tal evento. Entretanto, parece que o prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal (PP), segue a cartilha irresponsável do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) de não dar a devida importância ao vírus pandêmico do coronavírus Covid-19. Em pronunciamento, nesta segunda-feira (16), em live pelo Facebook, o prefeito minimizou a necessidade de se tomar medida cautelar de cancelamento das atividades das nas escolas públicas. Há uma contradição aí, uma vez que ao mesmo tempo que pede para as pessoas evitarem aglomerações, o prefeito não toma as medidas necessárias: as escolas seguem com as atividades de aulas mantidas colocando em risco os profissionais da educação e nossa comunidade escolar.

O SISME esteve presente junto aos trabalhadores do sistema de saúde no município nesta segunda-feira e a situação não é de tranquilidade. Faltam materiais básicos de higienização como máscaras e álcool gel, colocando em risco a saúde dos profissionais e dos cidadãos esteienses. O mesmo sentimento está presente junto aos educadores. “A saúde dos profissionais de saúde e educação está em risco, assim como a dos nossos alunos e pacientes. Enquanto o mundo busca medidas de prevenção à crise e diversas prefeituras da região metropolitana e o governo do estado tomam posicionamentos preventivos de cancelamentos de atividades públicas, Esteio vive na contra-mão. É um ato de irresponsabilidade por parte da administração pública municipal”, apontou Graziela Oliveira, presidenta do SISME.

Na manhã desta segunda-feira, o SISME oficializou junto à Prefeitura Municipal de Esteio, pedido de providências perante a crise e pelo afastamento de profissionais em grupo de risco, assim como a suspensão das aulas e dos Centros de Atendimento. Em tempo, o Ministério da Saúde atualizou para 243 o número de pessoas contaminadas no Brasil pelo coronavírus Covid-19. O Brasil ainda tem outros 2.064 casos suspeitos aguardando resultado de exames. A Organização Mundial da Saúde (OMS), em seu informe diário, reforçou a necessidade de isolamento urgente para evitar a propagação da pandemia. Hoje, o Rio Grande do Sul registrou o oitavo caso do novo coronavírus. A informação foi confirmada pelo governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB), em entrevista à Rádio Guaíba na tarde desta segunda-feira. Trata-se de um paciente residente de Porto Alegre. Outro caso confirmado da doença se deu em Caxias do Sul, em um homem de 26 anos que esteve recentemente em viagem à Europa. Até o momento, o Rio Grande do Sul possui oito pacientes com a doença. Destes, cinco estão em Porto Alegre, dois em Caxias do Sul e um em Campo Bom.

Diante da atual situação, o governador anunciou a suspensão das aulas na rede pública a partir da quinta-feira. Medida semelhante também foi adotada pelas prefeituras da Grande Porto Alegre, como Porto Alegre, Canoas, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Gravataí, Alvorada e Novo Hamburgo. As universidades como a UFRGS, PUC-RS, Unisinos, Ulbra e Feevale também aderiram ao cancelamento. Falta Esteio somar forças para parar o Covid-19!

O Sistema Único de Saúde brasileiro não está preparado para receber massivamente pacientes afetados pela doença. O congelamento de gastos públicos por 20 anos agrava as perspectivas. Precisamos tomar medidas de prevenção domésticas, como evitar ambientes com aglomeração de pessoas, como nas escolas, realizar as atividades externas de extrema necessidade apenas, manter os ambientes arejados e mãos higienizadas.

Devemos manter a calma, mas essa calma precisa estar aliada à medidas públicas de prevenção por parte dos órgãos públicos. Embora os idosos sejam aparentemente os mais vulneráveis, há registros de mortes por Covid-19 entre jovens e crianças, informou a OMS. “A maneira mais eficaz é quebrar a cadeia de contágios. Não podemos ficar cegos. Não podemos combater esta pandemia se não soubermos quem está infectado", afirmou o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus.